O
fogo audaz do Amor ardor acende
Corre
abraçar aquele quem o atiça,
Aberto
estojo entrega-se inciente:
Desconhece
o Amor haver sevícia...
A
dor insiste, acossa e assombra ainda
O
Amor que pertinaz resiste e fica:
Asa
do amar que não sabe onde finda
O
estojo que abriga essa joia rica...
Sobre
o lume do Amor inda perfeito
O
gume da frieza milícia encena
A
dor exala olor de duplo efeito
Na
dobra que difunde e expande a cena...
Exausto
na agonia que o alucina
Seu
manto azul retrai, embaça e mancha.
O
Amor se veste enfim de musselina
E sobrepõe
camada a mais de ensancha...
Adormecido
envolto em gaze fina
No
estojo encerra a flor de sua herança.